O filme Cazuza – O tempo não para será exibido gratuitamente com adaptação de audiodescrição.
Com que frequência você vai ao cinema? Para alguns a periodicidade varia de uma a duas vezes por mês. Entretanto, para 19% da população do Distrito Federal essa resposta pode ser nunca. Isso porque, segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 460 mil pessoas residentes na capital federal são deficientes visuais.
Com o objetivo de mudar essa realidade o Visão Institutos Oftalmológicos promove, em parceria com o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a 2ª edição do Visão Inclusiva. A sessão de cinema acessível a deficientes visuais, por meio de adaptação com audiodescrição do filme, será dia 24 de março, às 14h30, na sala de cinema do CCBB, com a exibição do clássico “Cazuza – O tempo não para”.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo email contato@visaoinstitutos.com.br ou pelo telefone (61) 98415-8980. As vagas são limitadas, porém são abertas para toda a comunidade. Não é preciso ser deficiente visual para participar do projeto. Contudo, todos assistirão ao filme de olhos vendados para compartilhar as mesmas sensações.
Para Thelma Gonsalves, gerente comercial da clínica, essa é uma experiência única para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de vivenciar um filme no cinema. “Com o nosso trabalho nesta área de saúde percebemos que não há opções para quem não enxerga ou tem dificuldades visuais. Por isso, muitos deles acabam se isolando em casa, sem poder experimentar novas coisas. Desta forma, nossa intenção é proporcionar uma inclusão social real para os deficientes visuais. É oferecer a eles programação cultural assim como outras pessoas têm”, ressalta.
Cloves Henrique Nogueira, gerente geral do CCBB, acrescenta que o apoio à segunda edição do projeto Visão Inclusiva reforça a imagem do Centro como expoente de iniciativas que valorizam a inclusão. “O apoio do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília à 2ª edição do projeto Visão Inclusiva reforça o quão importante é para nós possibilitar o acesso de pessoas portadoras de deficiência visual a eventos culturais. Por isso, temos buscado incluir cada vez mais iniciativas como essa em nossa programação”, afirma o gerente.
Primeira edição
A 1ª sessão Visão Inclusiva, que aconteceu em dezembro do ano passado, exibiu o filme “A Mulher Invisível” e contou com a participação de dezenas de deficientes visuais e público geral.
Segundo o estudante Matheus Pereira da Silva, 21 anos, que participou pela primeira vez de uma sessão de cinema com audiodescrição, a sensação foi indescritível. “Não temos muitos eventos assim em Brasília. Então, foi incrível, porque além de termos acesso aos aspectos auditivos do filme, como já acontece normalmente, nós temos a oportunidade de entender os aspectos visuais por causa da audiodescrição. Isso é fantástico, pois a gente compreende todo o contexto do filme sem perder nenhum elemento”, comenta.
A gerente comercial do Visão Institutos Oftalmológicos, Thelma Gonsalves, resume essa ação em um único adjetivo: gratificante. “Presenciar a satisfação deles e ouvir as declarações de entusiasmo, felicidade e gratidão ao sair da sala nos deram a certeza de que estamos no caminho certo e que devemos continuar sempre. Queremos que mais pessoas tenham acesso à cultura em nossa cidade”, destaca.
Além disso, Thelma conta que o público geral teve a chance de assistir ao filme de olhos vendados para conhecer a realidade de pessoas cegas e vivenciar uma nova experiência. “Foi incrível. Todos ficaram muito emocionados, principalmente, aqueles que enxergam perfeitamente. Foi uma oportunidade única de compreender como é viver num mundo sem cores ou imagens. Acredito que todos deveriam passar por este momento. Assim, daríamos mais valor ao que vemos ao nosso redor”, conclui.