Quem nunca ouviu que para curar conjuntivite o melhor remédio é “leite de peito”? Mas cuidado! Essa tradição antiga pode gerar problemas graves
A maternidade é, sem dúvidas, um grande desafio para todos, especialmente para as mamães de primeira viagem. Afinal, a chegada de um bebê influencia completamente na rotina do lar. Sem contar as preocupações com a saúde do novo membro da família.
Os recém-nascidos costumam ter cólicas, problemas no sono, refluxos de leite e, também, alterações oculares, que provocam aquelas remelas amareladas no canto dos olhos. “Essa substância que acumula é, muitas vezes, causada pela conjuntivite ou a obstrução do canal lacrimal, o que é bem comum nos bebês novinhos”, esclarece Dr. Tiago Ribeiro, oftalmopediatra do Visão Hospital de Olhos.
E quem nunca ouviu as pessoas mais velhas dizerem que para curar conjuntivite o melhor remédio é “leite de peito”? Mas cuidado! Essa tradição antiga pode gerar problemas graves.
“Uma das perguntas mais frequentes no consultório é se o leite materno pode ser usado como tratamento para a conjuntivite do bebê. E a resposta é não! Por diversos motivos, mas um deles é que existem vários tipos de conjuntivite – bacteriana, viral, alérgica, etc. – e cada um requer um tratamento específico”, explica o médico.
Além disso, o uso de algumas substâncias nos olhos, inclusive o leite materno, pode ser muito perigoso. “O leite pode estar contaminado com alguma bactéria, que é natural do seio, ou a mãezinha ter uma mastite (inflamação da mama), que ao entrar em contato com o bebê ali no seio não vai ter tanto problema. Agora, se pingar no olhinho, pode proliferar uma bactéria e se tornar algo grave”, ressalta Dr. Tiago.
Por fim, o oftalmopediatra enfatiza que a saúde das crianças nos primeiros meses de vida é mais frágil e que o mais sensato é sempre buscar ajuda médica. “Os conhecimentos das vovós e das pessoas mais velhas em geral são importantes, até porque elas têm mais experiência de vida. Mas quando se trata de saúde, o melhor mesmo é ter uma orientação profissional”, conclui o especialista.