Fumaça do cigarro pode comprometer a córnea e levar a transplante
O cigarro faz mal e todo mundo já sabe disso. Mas poucas pessoas têm noção do quanto fumar pode prejudicar a visão. Os problemas vão dos mais simples, como ressecamento ocular, até os mais graves, que levam a distúrbios após cirurgias oculares.
“A fumaça do cigarro diminui a estabilidade do filme lacrimal, acarretando no que chamamos de olho seco. Essa alteração das lágrimas causa vermelhidão, coceira e desconfortos oculares. Por isso, é comum ver fumantes utilizando colírios lubrificantes, que devem ser sempre prescritos por um especialista”, conta Dr. Tarciso Schirmbeck, oftalmologista do Visão Hospital de Olhos.
O médico ressalta que uma das partes do olho mais afetadas pelo cigarro é a córnea, uma membrana transparente que é fundamental para a formação da visão. Inclusive, o uso de lente de contato por pessoas que fumam leva a uma maior taxa de desenvolvimento de úlceras de córnea.
“Essas inflamações da córnea são, muitas vezes, ocasionadas pelas substâncias presentes na fumaça do cigarro. Sabemos que fumantes demoram quase 24 dias a mais para a curar esse tipo de lesão do que indivíduos que não fazem uso de tabaco”, enfatiza Dr. Tarciso.
Os riscos não param por aí. Os pacientes transplantados de córnea e que fumam têm mais complicações pós-operatórias. “Fumantes também apresentam menor quantidade de células endoteliais, que entre outras funções, são responsáveis por manter a transparência da córnea. Essa diminuição pode gerar problemas e demandar uma posterior realização de transplante de córnea”, finaliza o oftalmologista.