Para realçar a estética dos olhos, o uso errado de colírios deixa um rastro de efeitos colaterais graves e irreversíveis
O uso de colírios de forma indiscriminada e sem prescrição médica é um assunto amplamente abordado por médicos e até pela imprensa. Mas além disso, outra preocupação tem tomado conta dos consultórios oftalmológicos: o consumo dos medicamentos para fins unicamente estéticos.
De acordo com o Dr. Gustavo Serra, oftalmologista do Visão Institutos Oftalmológicos, em Brasília, um belo exemplo disso é o uso dos colírios vasoconstritores, para que a esclera (parte branca do olho) fique mais branca. “Esse medicamento tem a função de comprimir os vasos responsáveis pela nutrição de uma parte dos olhos, e devem ser utilizados apenas com indicação médica. O risco aumenta, pois se usado sem acompanhamento médico, pode disfarçar alguma doença que realmente necessita de tratamento específico”, esclarece o médico.
Além desse, Dr. Gustavo acrescenta que os colírios a base de corticoide também são utilizados para gerar o mesmo resultado. Porém, os riscos do desenvolvimento de doenças como o glaucoma e a catarata podem crescer, aumentando o surgimento de um quadro de cegueira irreversível, se usados sem prescrição.
CÍLIOS MAIORES
Outro colírio erroneamente utilizado para fins estéticos oculares são os destinados ao tratamento do glaucoma, pois deixam os cílios maiores. De acordo com o especialista, o surgimento dos efeitos colaterais preocupa. “Os mais comuns são visão embaçada, vermelhidão nos olhos, escurecimento da íris e das pálpebras de maneira permanente, além de causar desconforto e ardência durante o uso”, alerta.
Além de atingir os olhos, o especialista esclarece que o uso inadequado dos colírios também pode afetar outras áreas do corpo humano. “O surgimento de sintomas como tontura, falta de ar, dores de cabeça e entre outros, são muito comuns”, declara.
LUBRIFICAÇÃO OCULAR E LENTES DE CONTATO
O médico ainda explica que os remédios destinados à lubrificação ocular não têm contraindicação para o uso, mas avisa: “Apesar de a maioria não ter restrição, é indispensável uma orientação médica para o uso correto, a frequência e o tipo específico de lubrificante ocular para cada paciente”, finaliza.