Mudanças hormonais, emocionais e físicas são comuns durante os noves meses de gravidez. Poucos sabem, mas essas alterações também podem afetar a visão. Das doenças oculares mais frequentes, é preciso ter um cuidado especial com as variações de grau e a síndrome do olho seco.
De acordo com o Dr. Túlio Frade, oftalmologista do Visão Institutos Oftalmológicos em Brasília, o cuidado maior deve ser das mulheres que já têm doenças como o glaucoma ou a diabetes. “É necessário comparecer ao oftalmologista logo no início da gravidez. Depois dessa visita, o médico fará um acompanhamento preventivo até o final da gestação, para que não haja agravamento ou até mesmo a perda da visão”, explica.
No caso do glaucoma, a paciente deve procurar um especialista para reavaliação da medicação, pois os colírios usados no tratamento – teratogênicos – podem causar malformação no bebê. “Durante a gestação, a pressão intraocular dos olhos costuma cair um pouco, o que é muito bom para uma paciente que têm glaucoma”, enfatiza.
Outro alerta do médico diz respeito às possíveis dificuldades de adaptação das mulheres que costumam usar lentes de contato antes da gravidez. “Elas precisam estar atentas aos sinais de olho seco, vermelhidão, ardência, irritação e coceira. E, independentemente de ter alguma patologia ocular ou não, toda gestante precisa visitar um oftalmologista para evitar qualquer incômodo”, explica.
Após o nascimento do bebê, Dr. Túlio reforça que as visitas ao oftalmologista ainda precisam ocorrer, pois a visão da nova mamãe pode demorar para voltar ao normal, se comparado ao que era antes. “Ela deve esperar em torno de um mês para retornar ao médico e passar por uma nova medição de grau que pode voltar a ser como antes, mas há chances de aumentar e ser o grau definitivo”, finaliza.